- Sinopse
- Ficha técnica
- Mapas de palco, luz e som
- Cartaz
- Matérias de jornal
- Críticas
- Release
- Dramaturgia
- Espetáculo na íntegra
Um solo de Cláudio Marconcine.
O espetáculo
Um homem espera a hora de sua partida. O tempo/ritmo não é seu aliado. Esse não-lugar torna-se impossível de ser habitado. Sobreviver nesse território de passagem acaba sendo sua única alternativa.
Quando nada mais resta a não ser habitar o espaço com memórias; entre a partida e a chegada, o não-lugar. As lembranças são recuperadas e repercutem na ocupação desse espaço, de dentro passa para fora e se retroalimenta. Essa é a história d’Ele.
O espetáculo-solo é vivido através de quadros, relacionando às memórias, que são recortes de um espaço no tempo. Como o nascer e o morrer, um ciclo, as ações se iniciam e terminam, onde as memórias que o habitam, articulam, alteram suas atitudes, formulam suas ações.
Ator
Cláudio Marconcine
Treinamento de ator, consultor de elementos de cena, observador, fotógrafo e operador de trilha
Marcelo Flecha
Termômetro de gags
Katia Lopes
Assessoria de imprensa, fotógrafo e lembrança afetiva
Jorge Choairy
Classificação: Adulto. Porém, livre para todas as idades
Duração: 45 minutos
Rider técnico
Este solo pode ser apresentado em qualquer local, seja fechado ou aberto.
A plateia pode ser disposta tanto em semicírculo como frontalmente.
A iluminação, sempre que possível, será uma geral branca. Caso seja durante o dia e em espaço aberto, não haverá necessidade. Caso seja em espaço alterativo, a própria iluminação do espaço será o suficiente.
A sonoplastia será executada através de um computador. A capacidade de amplificação necessária será definida a partir do espaço a ser utilizado para a apresentação.
Não há necessidades técnicas para a montagem de cenário. A duração da montagem e desmontagem não ultrapassa 15 minutos.
Fragmentos de memórias
Matéria publicada no caderno Alternativo do jornal O Estado do Maranhão sobre o espetáculo “Extrato de Nós”, em 24 de janeiro de 2019.
Em cartaz, Extrato de Nós com a Pequena Cia. de Teatro
Matéria publicada pelo jornalista Pedro Sobrinho sobre a estreia do espetáculo ‘Extrato de Nós’ na sede da Pequena Companhia de Teatro.
Release do espetáculo Extrato de Nós
EXTRATO DE NÓS, com dramaturgia, encenação e atuação de Cláudio Marconcine, estreou em 2019, cumprindo temporada regular na sede da Pequena Companhia de Teatro e participou da Mostra SESC NAPE-Napoleão Ewerton e do II Festival de Teatro SLZ Online.
A ORIGEM: O ator Cláudio Marconcine com a palavra: “Quem somos nós e para onde iremos é sempre uma máxima que faz com que eu me aproxime da contemporaneidade e do total reconhecimento por um trilhar margeado por terreno lodoso. É sempre um território de fronteira que me faz desterritorializar por onde passo, por onde vivi e vivo. Relação de pertencimento e identidade são palavras difíceis de compreender, pois as relações se fizeram através das pessoas que conheci, e não com o espaço físico em que eu me encontrava. As relações eram outras.
Meu nomadismo e minha solidão acompanhada me fizeram alguém que não se constituísse enquanto ser com identidade, mas sempre em processo. Tive algumas experiências substanciais para compreender como o espaço físico interfere na vida das gentes: Dani Lima (RJ) e Dudude Herrmann (MG) me abriram os olhos para o espaço na dança, dançar o espaço que se apresenta. Suas retas, sua simetria. O Butô também me mostrou isso além de incorporar a ancestralidade, isto é, as pessoas também são importantes, as memórias das pessoas que nos fizeram ser o que somos.
Em São Paulo, em contato com Luís Louis, em uma atividade de formação, era necessário que a gente buscasse na lembrança, uma memória que quiséssemos compartilhar com os outros, na perspectiva do teatro físico, utilizando-se mímica corporal dramática e a clássica também. Enfim, que mostrássemos uma memória. Engraçado como foi difícil para eu encontrar uma. No primeiro momento minha dúvida era saber se seria oportuno compartilhar uma memória triste ou feliz. O pior foi constatar a inexistência de memórias para compartilhar. Eu não tinha memória!!! Absolutamente nada que pudesse compartilhar; alguma coisa significativa que fizesse emocionar a mim e/ou aos outros, algo importante a ponto de... lembrar... E me lembrei que lembranças boas ou ruins escamoteiam uma certa desolação do viver cotidiano, do hoje.
Isso tudo repercutiu na minha vida a ponto de não ter memórias para mostrar. Puxei e repensei, até encontrar alguma coisa, bem lá da infância, quando criança que vive e pronto, sem se preocupar com as coisas de gente grande. A apresentação se fez, mas não se fez.
Mostrei-me, mas não me mostrei. Essa dubiedade duvidosa recupera a não-relação de pertencimento que tinha/tenho com as cidades que morei/moro. E naquele momento, em São Paulo, vendo as memórias revistas pelos outros, tudo acabou sendo minhas memórias, porque hoje me lembro delas, lembro das pessoas que me contaram e como contaram.
Agora, essas memórias fazem parte de mim. Os espaços que morei se transformaram em saudades de algo que não se fixou, algo que não se efetivou; só a lembrança de não ter estado, efetivamente, presente. Então, resta-me construir uma memória outra a partir das memórias dos outros, e buscar nas apresentações, uma ressignificação do espaço, criar afinidade e pertencimento com eles, com os que ficaram.
A forma de executar tal proposta não poderia ser de outra maneira que não o teatro físico, em que a ficção se confunde com o real, e a personagem dá lugar à persona; eu, os outros e os espaços que nos cercam.
”AS MEMÓRIAS: O formulário, disponível em plataforma virtual, constituía de 8 perguntas, e que foram respondidas por 25 pessoas. As respostas foram sistematizadas e contempladas no roteiro do espetáculo. Comumente, as memórias são de pessoas que já se foram ou um certo saudosismo excessivo, em que sentiam uma necessidade de recuperação do tempo.